sábado, dezembro 19, 2009

Um índio três desejos palavras achocolatadas


-Isto não é um cachimbo?
-No, isto és un cachimbo, isto aqui.
-Ah, muito giro!
Era uma homem de média estatura, longos cabelos de carvão, com um rosto expressivo marcado, cheio de histórias, queimado pelo sol.
-Bem, então levamos um não é? Um cachimbo índio para o Vasco!
Eu andava ali, mergulhada em lenços coloridos, olhava o senhor índio e dava-me uma vontade de sorrir, sem saber muito bem porquê, mas aquele índio parecia que tinha tanto para contar, parecia ter visto mundos e mundos desconhecidos para mim.
-É só o cachimbo e o lenço sim, obrigada.
-Escolhe uma pulseira.
Esboçando um sorriso que enchia o próprio vazio do ar.
-Uma pulseira? Eu?
-Sim. Qual quieres?
-Bem.. Muito obrigada. Não sei a cor, de que cor?
Atrapalhada, intrigadíssima.
-Hmm.. Acho que verde. Sim verde! Dos teus olhos, e verde é esperança.
-Ok!
-Dás três nós, pedes três desejos e quando a pulseira se romper atiras ao mar.
-Obrigada, obrigada... Três desejos. Esperança.
Despedi-me e fui-me embora. Naqueles breves segundos com o senhor índio senti-me noutro lugar, na Amazónia. Fui-me embora com três desejos e uma pulseira no pulso. A melhor prenda de Natal que alguém me podia ter dado, de longe.

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