domingo, julho 26, 2009

És

És Ar
Terra
F o g o
Água
És o meu todo
És o meu nada
Tudo em mim!

sábado, julho 25, 2009

Numa aula de desenho...



Porque pintei o teu céu
E tu o meu mar,
Uma cadeira vazia,um toque,
Branca e fria
Preenche o meu fraco olhar...

Ele sorriu,congelou um voo irreal,
Um "porquê" ficou suspenso no ar
As asas renasceram,enormes
Abraçando,de novo,o carrossel.
A máscara quebrou-se
Em pequenas gotas voadoras,céu e mar...

A espera da pantera
Ao longe,irreverente,
A tinta invisível numa parede
Magoa mas não mente,
Eu sei que ele volta
Mas não está presente...

Ela sorriu,também,
Cheia de cores nos traços delicados.
Asa no ombro,surpresa protectora,
Arquitectura de espaços escassos...

Por isso nunca o esqueças
Simplesmente sente.
Tu sabes voar
E ela volta sempre!



Lembras-te?

sexta-feira, julho 24, 2009

Bem vinda libelinha!


Entre a sobrelotada "central telefónica"
Em que a sala de espera se transfomara,
O trânsito caótico de Lisboa a adormecer
Entre memórias,
Presentes e futuros,
Desenhos que nem eu sei perceber...
Entre este mundo e os que não vejo,não descodifico,
Entre pessoas
Entre sentimentos,que acredita,
Às vezes são difíceis de saborear,
Entre sorrisos e Terras do Nunca,
Girar girar girar girar girar
Sem ganhar equilíbrio!
Tens de saber deixar-te levar...
E eu,mostro-te como voar!
Entre isto tudo e tudo o mais...
Tu chegaste.
Frágil libelinha
Brisa doce de Verão,
Chegaste e iluminaste qualquer folha que por ali caía
E sentia que a vida era um grande senão.
E a sobrelotada central telefónica acalmou,
As memórias o tempo,tudo abrandou,
No momento doirado pelo sol
No instante em que abracei
Os teus finos e delicados traços,
O segundo eterno,
Onde me cruzei
Com esse olhar,curioso e caloroso,
Que desperta cores caderninhos pássaros mais vivos e livres
Do que eu alguma vez vi!
Hoje que chegaste,
Agora que te senti,
O carrossel lá fora brilha de novo,voa e voa,
É teu e espera por ti.
E Lisboa adormece,assim,
Sem pressa apitos e afins,
Adormece calmamente
Com o teu leve bater de asas...
Tu chegaste,
E tudo o que te posso dizer
Tudo o que te digo minha libelinha,
Liberta-te e torna-te a força do vento
Sê tudo o que já és e queres ser,
Respira a intensidade do mar
E o inalcansável do céu,
Fecha os olhos e sente
O que te rodeia,quem te rodeia,
Não marques destino nem ponto final,
Voa simplesmente...




23.07.2009

segunda-feira, julho 20, 2009

Voz de nós

Deixem-me ser e cantar
Enquanto o balanço das nossas posições é negativo
E a música que oiço não acaba
Deixem-me que começa a ser tarde
Enquanto me desmonto separo
E o meu amor é a arquitectura que construí sem querer
Deixem-me passar e desvairar
Enquanto o enquanto não acaba
E tudo o que posso fazer é...ser.

As tuas palavras são demais!

Vi-te com as tuas palavras a mais
Que são sempre o que
preciso
Vi-te e sorri
Com as páginas por entre os dedos
És o ar das palavras que não se dizem.



Flume

Todos escrevem.
Notícias escandalosas,
Histéricas dentro das revistinhas super "cor-de-rosa" e super importantes,
Cartas,umas de amor,outras nem tanto,
Aquelas com saudade,somente,são as que mais gosto,
Teses esclarecedoras sobre o que é a vida e como a deveríamos viver,
Livros,ou algo parecido,com títulos fluorescentes a guincharem:
"Comprem-me comprem-me!!!"
Mais as suas 1001 dicas para emagrecer em cinco segundos
Ou como encontrar a sua cara metade e ser feliz para sempre.
Escrevem e escrevem,
Informam e informam,
Opinam e opinam.
Quem escreve mesmo?
E vai buscar a sonoridade de cada palavra,e escreve-as realmente?
Eu conheço quem faça isto,sem sequer pegar numa caneta.
As palavras são teimosas,
Têm imensa personalidade e um controlo inimaginável.
Eu conheço-as,também.Aprendi aos poucos.
Há quem escreva com o olhar,
Não,as palavras não estão escritas num papel branco,
Onde todos as conseguem ver e ler...
Estão no olhar,
Onde conseguimos senti-las e ouvi-las,
Essa tal sonoridade em cada letra,
E chegamos à conclusão
Que estamos presos no momento pelas palavras do olhar,
E nem sequer é preciso,
Nem sequer se consegue na maior parte das vezes,
Articular algum conjunto de sílabas,
Escrever num papelinho aquele momento,
Tentar descrever
Porque...
O silêncio é tão perfeito.
Todos escrevem,
Mas poucos o sentem.

sexta-feira, julho 17, 2009

Ângulos

Olho para o que não se consegue ver

A tela


Sou eu.
A tirar tudo de mim,
A deixar cair o cachecol
Onde o meu perfume voou...
A largar
Contra os segundos
O que sou.
Largo tudo o que ficou.
A raiva e desespero
Das palavras
Tatuadas na minha pele
Dourada pelo som...
As possibilidades
Nos ponteiros fundidos
E horários banidos
Permanecem.


Sou eu
A encostar-me ao teu ombro,
Deixando o silêncio tocar
As notas imperfeitas
Quebradas,
Que só ele sabe interpretar.
Sou eu.
Encontra-me
Numa esplanada sem ter nada
Sem ter palavras,
A libertar-me.
Vê-me,sente-me,
Talvez o amanhã esteja longe...
Não sei parar o tempo.
Apenas te sei levar.
Deito-me sobre o pôr-do-sol,
Sou eu
Num tempo nosso sem pensar.


quinta-feira, julho 16, 2009

Sun shine



Passo.
E passo.
Passo no compasso
Hesito penso recuo
Está gasto?
Agarrar tudo o que vivemos
Mas agarrar mesmo,
Sentir ambas as mãos a abarrotar
De voltas e voltas que demos...
Desprendê-las dos bolsos
E dizer alegremente que perdi a chave
Da arca dos meu medos,
Esses agora estão espalmados,
Guardados numa cinzenta cave.
Deixa-me segurar o chão
Ou não!
Que o céu seja o meu chão
E o meu mar o meu tecto!
Esta é a nossa casa.
Os pincéis,as conchas,
Cada palavra tua
É inspiração que tombas
Para uma minha tela nua...
Cortes e recortes
Entorno e retorno
Ao carrossel,
Desta vez,sem fantoches.
Colo memórias e abraços
São laços,são laços,
Que eu e tu criámos
Sem nós,sem fardos!
Acabo a tela,acabo o dia
Encho o peito de conforto,
Numa lufada de ar
E sinto-me o mar,
Acabo a tela e penso,
Como seria,
Se não te tivesses cruzado
Na arquitectura azul e verde,
Rectas embaraçadas
Sem pontos seguros,
Apenas com "nadas".
Como seria?
Acabava o dia.Sim.
E a tela?

Se queres mudar o mundo então muda-te a ti primeiro...

Amanhã não há tempo

Já o disseste hoje?
Alto e bom som,
Sem pensar
No meio da rua
No meio do nada...
É preciso dizê-lo enquanto podemos ser ouvidos.
O que era ideal,
Assim escusávamos de esperar;
Esperar pelo momento certo
Esperar pela certeza
Esperar que o amanhã fique sem tempo...
Preciso de dar um grito.
Porque me ponho no meio da tempestade?
Porque sou sugada sem dar conta?
E quando dou conta,
Porque já não consigo sair do meio disto?
Mais valia dizer tudo.
Há sempre "o mais tarde"
Somos peritos em adiar...
Até no que dizemos e sentimos.
Eu estou farta.
Farta de me calar a mim própria
De pensar,de complicar.
De olhar para o relógio que não tenho
E dizer vezes sem conta,
"Amanhã vai ser melhor"
"No futuro vou agir"
"Um dia digo-lhe..."
Fartei-me!
Se as pessoas soubessem que amanhã não havia tempo
Diziam tudo,porque lá está,
É o final...
E no final,podemos não ser ouvidos.
Por isso,
Gritem!
Digam alto e bom som
Tudo aquilo que querem,
A quem querem!
Esqueçam o medo de errar
Digam e dançem.
Porque amanhã pode não haver tempo.
Preciso de dar um grito.
E tu também.

segunda-feira, julho 13, 2009

Retrato

A uma borboleta única

Um reflexo
Das nossas almas...



"Shower me with your love,
Colour every day.
You make the milk-gold sun shine on me again.
Lift me up so high,
Watch me fly away,
And you give me life like a butterfly."

domingo, julho 12, 2009

Vem


Vem.
A liberdade lá fora é um caos
E depois?
Sinto-me inspirada a dizer o que não devo dizer
Prendam-me
Por fazer o que me aptece fazer
Vem
Beber um café
No meio da praia
Vem com a guitarra
Vamos para a farra!
Vem
Passear no jardim do meu olhar
Dar um mergulho
Nos confins dos nossos seres
Mas anda...
Ao Chiado fazer compras
Ver exposições
Teatros debaixo das estrelas
Onde nós somos as personagens
Sem falas decoradas!
Vem...
E o que não sabemos agora descobrimos depois
Bora?

sexta-feira, julho 10, 2009

Esta nossa rua

Esta nossa rua,está vazia.
Apenas eu.
Sentada no chão à procura das últimas páginas que me façam feliz.
Estou cansada,a caneta está gasta...Cansei-me.
Por isso,sento-me aqui não sei bem à espera do quê.
Não estou à espera da camionete,
De facto acho que já a perdi,pelo menos,duas vezes...
Estou cansada.
As pessoas passam.

Param.

E olham para "mim".
Parecem entretidas,
Comigo sentada no chão
Meia lunática,
De pernas cruzadas e olhos fixos no céu.
Sozinha.
Vou ficar aqui ou entro na camionete?
Que interessa os dilemas
Que importa os dialectos,
A voz que não canto
Perfura-me a alma,
Como um canhão silencioso.


Títulos que não escrevo

Tragam-me a Poesia
Que eu já não sei viver
O mundo é um emaranhado de questões
Que não sei resolver

Tragam-me essa música
De uma guitarra perdida
Já usei todos os sentidos
E nunca me senti sentida.


quarta-feira, julho 08, 2009

Sentar-me ao teu lado,desenhar e ver o mundo contigo.


Apenas o caminho à frente do meu olhar interessa.
Já as árvores ansiosas se debruçam sobre mim,
À procura de respostas,
À procura de ti...
Mas eu nem olho,
No momento em que pisaste aquele caminho
Eu senti.
Esta essência que me move,
Por entre documentos desactualizados e livros acabados,
Esta essência de te poder abraçar contra o meu peito
E dar-te um beijinho na mão,vale tudo.
E é um sonho ver-te voar perto de mim,borboleta saltitante,
O sonho voltou ou fui eu que voltei?
Vejo o teu canudo de Verão pousado no teu ombro esquerdo,
E sim,já estamos sentadas no chão
Com os lápis na mão,
O mundo que nos rodeia é engolido,
E com ele,a pressa e o medo são devorados...
Penso como o meu caderninho cheira tanto a chá,
E nas saudades que tinha de agarrar o teu.
Sei pisar este caminho sem o sentir.
Senti-lo custa.
Tentar embelezar as coisas custa ainda mais.
Pensar que está tudo bem,
Que num futuro próximo estaremos juntas custa.
Esse futuro nunca mais vem...
Mas é o que me mantém acordada,
É o que me faz pisar este caminho sem ti.
E lá no fundo do caminho,sem barreiras sem limites,
Estás tu,
A olhar o céu de olhos fechados,
A sentir o vento na cara
Como quem o sente,pela primeira vez...

segunda-feira, julho 06, 2009

You're the sound


Porque te lembras de pormenores
Porque gosto do teu cabelo
Porque me fazes bem
Porque adoramos música
Porque queres ter um cão
Porque te encontrei perdido
Porque bebes chá
Porque sentes a Suzuki
Porque pensas nas cores à tua maneira
Porque me mostraste Mazgani
Porque contigo não há horas
Porque eu entendo
Porque gostas de dormir de manhã
Porque só eu te compro o bilhete
Porque perdemos a cabeça com cd's e ténis
Porque és discretamente maluco
Porque em ti vejo um músico
Porque não gostamos dos "amo-te"
Porque eu não gosto do "eu também"
Porque aprendemos a não ter medo
Porque quando fores grande queres ter a Sport Tv
Porque juntos criamos
Porque és sensível
Porque nunca vamos crescer
Porque queremos ir a todos os festivais
Porque é o acaso.

quarta-feira, julho 01, 2009

O céu hoje é lilás


Mostras-me um mundo cheio de cores
E eu ajudo-o a pintar,
Pego na tua leve mão
E ensino-te a olhar.

Eu sei ver!
Dizes tu com esse ar malandro,
Traquina no olhar e meigo no sorriso,
Como quem abre um livro sem querer,
Perguntas-me indignado;
E o céu?De que cor é o céu?

Por isso
Dá-me a tua mão,
Vou-te ensinar a olhar,
O céu é o que tu quiseres
Apenas tens de o pintar,
O sol às vezes gosta de ser verde,
As árvores são peritas a nadar,
Há pássaros roxos
E flores que sabem cantar...

Acho que vi uma sereia...
Afinal sempre sabes olhar!