domingo, novembro 29, 2009

Encontrei-te nos recantos de mim

Vim agora eu aqui, aos recantos do meu quarto, à procura de um estojo... Fui ao armário branco, aquele ao pé da janela, pus-me de cócoras e abri as portinhas de baixo: um verdadeiro caos, como não seria de esperar outra coisa. Livros, livros e mais livros. E mais livros e livros. Bolas! Em cima estavam, ainda meios a cair, os livros do 10ºano, todos rabiscados, com um travo amargo a saudade. Lá no meio disto tudo, escondidinha, repesquei uma mica cheia de folhas. Não eram umas folhas quaisquer, uns simples apontamentos de alguma aula de história mais aborrecida. Eram folhas nossas. As primeiras poesias ingénuas, ansiosas por descobrir o futuro que aí vinha! Falávamos de revolta, crítica, escrevíamos uma sociedade que desejávamos mudar, desmascarar, escrevíamos as pessoas. E uma magia que começava a espreitar de dentro de nós...
Chamámos-lhe, Carrossel.

27-10-2008/17-11-2008

A vida é como uma peça de teatro!
Em que o palco é o mundo
Que da vida é o retrato.
Este mundo é o cenário da peça,
E a vida faz o estrelato
Sendo o guião dessa!

E os actores? Que somos nós,
Utilizando máscaras, fantasias
Como escudos e muros
Para esconder a verdadeira voz,
A voz dos sentimentos
A nossa identidade...
Larguem as máscaras de uma vez por todas!
Só assim vale a pena viver.

Então e as máscaras
Que nos confundem as acções?
Já não sabemos quem somos.
Se somos um conjunto de encenações
Ou a nossa essência?
Se temos duas faces:
Um véu que nos silencia
Ou apenas uma atitude de contrastes?
Como largamos no meio desta fantasia
os nossos trajes,
Se não sabemos,
Nos momentos de alegria,
Quem somos na realidade?

Não sei...
Não sei da realidade.
Muito menos da verdade!
Apetece-me fechar os olhos
Esquecer e começar uma outra vez o carrossel da vida...
Talvez seja preciso rasgar o nosso mundo
Para encontrar a verdade. Talvez?
Não... Talvez tenha saudades de amar.
Se calhar, estamos fartas de ser invisíveis.

Talvez a imagem que criámos
Seja fruto da pergunta: "Quem sou eu?".
O melhor é fechar os olhos
A tudo o que ergueu
A nós e ao que amamos,
E agir como quem nasceu
E está ainda a libertar os ramos,
Vamos agir como crianças!
Libertarmo-nos do que criámos
Do medo de ser ignoradas,esquecidas,
Que está na base do que perguntamos:
"Quem somos além destas vidas?".
Temos de ter consciência
Que podemos sê-lo para os outros,
Mas nunca seremos mais uma para a nossa essência...
E perguntar "Quem sou eu?"
Com um sentimento de descoberta
E olhar de inocência!...
Vamos fechar os olhos ao mundo e à vida,
E recomeçar.
Vamos olhar a vida como a primeira vez,
Como uma criança que quer brincar!

Belos dias na descontra o bilhete é só de ida, só de ida, ida...
Não há regresso no carrossel!

O inventor do mar

«Passamos por eles como se não existissem
Indiferentes, frios como rochas de gelo.
Caminhamos para o dia a dia
Sem olhar para o lado
Indiferentes àqueles corpos deitados no chão,
Esses corpos fazem parte
Desta sociedade maravilhosa
Onde habitam esses seres
Que se chamam humanos,
Esta raça preocupada em manter as aparências
Vai sobrevivendo
Consumindo todas aquelas lojas
Onde se vende objectos sem interesse nenhum.
Aqueles corpos continuam no chão
Parados no tempo,
Não consomem
Não fazem parte deste enredo,
Simplesmente parados no tempo
Não têm por onde ir
Os sonhos são miragens
Como água no deserto.
Despejam excrementos do seu corpo
Chocando os humanos
Pelo cheiro intenso a MERDA
Indiferentes a tudo
Incomodados pelo mau cheiro,
Lá vão caminhando pelas ruas
Tapando o nariz
Vivendo a sua vidinha
Felizes, aos saltos
Nas calçadas das ruas
Que são as camas de alguns
Indiferentes a tudo
Cegos mudos e surdos.
Como é que uma sociedade
Que se diz perfeita no caminho do progresso
Admite seres semelhantes,
Iguais a nós, de carne e osso
Embrulhados em caixas de cartão
(Não são prendas de Natal???)
São seres humanos iguais a nós
Indiferentes a tudo,
Continuamos a desfilar
Numa passerele
Falando das dificuldades
Da treta de vida que arranjámos...
Indiferentes a tudo.»


Aqui tudo é paz e mar e lua!



Lua menina
Perfil pacato
Guardadora de sonhos
Dona de levezas
E de destino abstracto.
Oh e aquele sorriso!
De mil e cinco luas cheias
Que me aquecem
Me desenham
E me abraçam
Em silêncios,
Alma de colcheia
Pauta de pausas
E tantos outros caminhos
Por aluadesvendar!

A moda do que se deita fora

Uma mão no bolso
A outra numa maçã,
Uns ténis velhos em desconto
Um casaco desajeitado
Mal abotoado,
E assim lá ia pela manhã,
Lábios desvairados
Mala atravessada
Àquele corpo ilimitado
Fazendo de reboque
Às obrigações.
Pele caseira
Riscada
Um pouco de gozo,
Olhar de saga.
E um modo de caminhar
Que não se compreendia
Nem podia obedecer
A nenhum tipo de moda.

sábado, novembro 28, 2009

1º piso

No auge das coisas saberás saborear.
Tic tac tic tac...
Ando eu e a chuva nisto, para variar.
Subo ou desço o lanço de escadas?
O candeeiro está acesso...
Aquele com alma de África.
Lá para cima cheira a incenso,
Lavanda ou canela?
Tanto faz,
Acho que hoje a sobremesa é ananás.
E toda esta coisa colossal tem 3 andares,
O mar é pescado de dentro para fora
O casaco, pendurado na cadeira dianteira.
Sim, mesmo junto à fogueira
Com um chá que me aquece o esqueleto.
No 1º piso há bocejos doirados do Sol,
Nos outros 2 andares, o costume é ter-se medo.

3,4


Sonha, que o sonho é como um balão a que te podes agarrar.
O vento sacudiu-te, olhar desgrenhado
E as chaves de um portão no bolso de trás.
Amplitudes ângulos e finitudes
Para lá de 27 mesas vazias
Mais, uma janela desvairada.
O que foste antes do vento te sacudir?
Vêm comboios de Norte
E frases que não têm lugar na gramática,
Caminhos de ferro, como diria o outro,
Inutilizáveis.
Se esses passos são o que são
Se é essa a marca que deixo no chão,
Apaga o candeeiro que é quase Janeiro
E faz vento, lá fora.

Capa[(cidades)]


...A pacatez engole-se devagarinho...

quarta-feira, novembro 18, 2009

O meu cão é cão como nós



Estás agora atracado aqui em baixo, nos meus pés. Pareces tranquilo, parece que agora sim, agora sentes-te em casa aconchegado. Chego a casa a correr, corro dentro de casa, digo-te olá à pressa e corro de novo para a rua. Olhas-me lá do fundo do corredor, com uns olhos tristes e saudosos. Nem me sentes não é? No meio desta correria... Há dias que entro pela porta e trago comigo o silêncio, pressentes logo. Afundo-me no sofá, enroscas-te a mim, aqueces-me. Muitas vezes desfaço-me abraçada a ti, torno-me átomo e tu silencias comigo, amparas as minhas dores, os meus medos, as minhas quedas. Sabes das horas, da rotina, dos pormenores mais pequeninos da minha alma, sabes dos gestos, das expressões, das pausas, do que só as paredes ouvem... Guardo em ti tudo o que sou e não sou. E sabes de cor e salteado o meu não-ser, o meu re-ser, melhor que ninguém. Recebes-me a todo o instante com um simpático abanar de cauda, piruetas em meu redor, abraças-me. A casa sem ti não é casa. É um chão vazio. Acordas-me com um levantar de orelhas amigável. E os teus olhos de mel dizem sempre tudo... Tal e qual como os meus. Tal e qual como nós.

segunda-feira, novembro 16, 2009

Lua minha, teu Mar

Chovia a potes. À janela um último cigarro solitário. Somente as palavras desejaram caminhar, sílaba ante sílaba. Mas antes, engolir umas garfadas de massa da noite anterior, mastigar todas as crónicas não lidas da semana passada, ligar a televisão só para quebrar o silêncio que esculpia cada canto da casa vazia, passar a mão pelo carvão triste, encher o peito com mais uma lufada de ar, abraçar as tuas palavras adocicadas.
E agora sim, partir para a tal chuva da correria, que nos dissolve até à extrema das extremas pontinhas do verbo «sentir», para depois a única coisa que realmente podemos sentir é sentirmo-nos despenteados e «não-sentidos». Mas sobretudo despenteados e sentir também, que a nossa vida está completamente despentada, desgrenhada.
Saber aprender a conhecer os gestos que definem alguém é espantoso. É como saborear um chocolate muito devagarinho, sem pressa alguma ou como abrir um livro e deixar que as letras, os sons e os cheiros de cada página nos acariciem a alma, nas suas mais simples e genuínas formas de re-ser. Não são gestos premeditados nem algo que se pareça. Um arregaçar de mangas, um som esquesito ao falar, um passar vagaroso pelos cabelos, um encolher de ombros conhecido, um pôr de mãos nos bolsos, um olhar constante ao céu. A maneira diferente como toda a gente está, ama e é.

sábado, novembro 14, 2009

Eu (cópula) Tu


Penso que sim, digo que não
Mas o que nos faltava mesmo
Era uma copulação
Assim,
Algures entre
Ti
( )
mim.

Falas de tecto, falo de chão
Mas a gramática, essa,
Foi-se de vez em vão.
A tua locução é a de silêncios
O meu pleonasmo é o de loucura,
Fãs do acaso ou simples vizinhos da mesma rua?
Eu cá sou do tipo
Que primeiro encontra e depois procura.

Mas que se lixe! Não achas?
As aparências os limites
As dependências os chiliques,
De quem despeja e despeja
De quem se prende e mente
(Há quem falsifique o que deveras sente),
E não são só os poetas!
Que se lixem as fronteiras
Que já só geram é guerras!...

O instrumento que não se toca
É aquele mais bonito de se ouvir.
Ouviste?


sexta-feira, novembro 13, 2009

Bem dita sexta


Toda esta concepção de linhas
Me leva a crer
Em danças e falinhas mansas
Em tudo o que sou e podia ser
Na paz e nas heranças
De uma Humanidade que ainda não aprendeu a ver
Que por consequência não sabe como olhar
E assim logicamente,
Não faz a mínima ideia do que possa ser comunicar!
E por conseguinte partilhar,
E podíamos ficar aqui o resto da noite
Mas esta coreografia já cansa.
Oh! Toda esta vontade de desandar
Sob linhas paralelas
E janelas tagarelas
Desatinar com o verbo
Com o rodapé
Mais a vida sem tripé
E o chão sem mão!
Todo este embaraço de cartolinas
Cuscas vizinhas
E um pedaço de bem estar
Com um chá ou um aLuaMar...
Toda esta concepção de linhas
Me leva a (des)dançar.


As melhores tias do mundo!

Eu não te sei dizer como vais ser
Do que vais gostar,
Se vais preferir voar ou nadar
Se vais venerar chocolates e gelados
Ou, simplesmente
Um papagaio de papel no ar...

Gostava de te poder antecipar
Alguma espécie de cometas
Que te possam vir a magoar
Neste universo de estrelas
Que é difícil descodificar...

Eu não sei o que aí vem.
Aliás, eu e a tua tia Borboleta nunca o sabemos.
E sabes porquê? É isto que dá gozo
O desconhecido a romper-te o silêncio da alma
As borboletas pelo estômago acima
Ao sentires-te LIVRE!!!

E aqui tens o segredo
Para todo este firmamento de voos
E aqui tens o enredo
Uma Borboleta saltitante
Sorridente esvoaçante,
Uma Sereia colorida
Garrida de danças e tranças,
Aqui tens a partida.
E mais não sei...
Sei! Que tens a melhor tia do mundo!
Espera só até a conheceres!


quinta-feira, novembro 12, 2009

A torre da sabedoria


Inacabados?

A guitarra que me prende a alma

É uma outra, uma de papéis amachucados

Uma que não foi salva, por gestos falantes

Perdera o nome, pois a mudança era teimosa.


As cordas que me desenham o corpo

Desafinadas, quebraram-se de vez

Na linha do meu olhar, que já só viu

Umas costas ao longe, mas que

Jurou ver música nesses traços.


A mão que ainda ali se mantinha

Sob as minhas palavras (não ditas)

Permanecia autêntica,

No modo como absorvia cada letra

Como se fosse sede, sede por saber saborear

O que era difícil de matar.


O timbre que me canta não foi,

Não esteve, não soube estar.

Mas sempre cantou, acreditou

Noutros traços que não souberam sonhar.


E aí tens, inacabados traços

De uns lábios mudos pela noite

De um corpo mal desenhado

De uns braços, teus.

O absorver das notas intocáveis...

terça-feira, novembro 10, 2009

Umas castanhas, por favor.



"Não és tu que pagas os meus vícios. Nem a minha mãe, nem o meu pai."

Nem tu os devias pagar.

O cheiro a castanhas entornou-se sobre a rua e sobre os casacos das pessoas que por ali fingiam caminhar.
Tal e qual
Juro-te que era um carrossel
As mãos já não tinham mais por onde agarrar
O céu aguarela.
E eu bem digo
Fica.
Mas as somas já eram menos que as subtracções
E quando assim somos
Dá-se tudo por nada
Mete-se as mãos pela goela.
E eu bem te disse
Distraí-te.
E a raiz quadrada da felicidade
Ficou por se saber
Como dois corpos se unem por linhas invisíveis,
Foi-se o vento ficou o chão
O alento.
O comboio não esperou.
É que não os devias pagar
Só porque a estação mudou só porque...sei lá!!

A do desenho tem 7 notas musicais
Certinhas, fora da pauta.
As castanhas embrulhadas pelo jornal
Pousadas no meu colo
E eu, pousada no teu ombro
Sendo Ana e mais nada
Mas onde é que tu já vais...
E os olhos verdes lá se perderam e confundiram
No meio daquela multidão.



domingo, novembro 08, 2009

A sociedade de lá


Lá porque eles falam de experiência
Dessa dependência de querer ser alguém
Lá porque eles escolhem
O que mais convém
(E é bem melhor assim, meu bem)
Haverá por aí mais alguém?
Que me ouça cantar prelúdios com medo
De um sentimento enredo ou segredo
Ai de ti, ai de mim, ai de nós,
Ai de alguém que caia nessa foz
Que roubou e chorou e depois se sentou um pouco mais ao lado
Foi assim: um perder de significado
Como quem tira e não volta a pôr,
Mas o gatuno não fui eu
O oportuno foi o Diabo, esse estupor,
Não me olhes de esguelha
Só porque eu e o tempo nunca fomos um grande corredor
Só porque as palavras assim soam melhor
E tu ficas de telha
E dizes que sou apenas mais um ramo nesta floresta
Mas bem sabes que as paredes não têm que ser brancas
Se eu canto e arranco
Tu travas e des-cantas.
Lá porque eles falam e uns se calam...

sábado, novembro 07, 2009

Desligamentos

Desliga e apaga
Desliga e apaga
Desliga e acende
Desliga e estraga
Desliga e apaga.

Desliza?
Não, des-li-ga.

Desliga e apaga
Desliga e pára
Desliga ou paga
Desliga e apaga
Desliga e apaga.

Desliga
Sintetiza
Não dês energia
A essa correria.

Abranda e anda
Abranda e anda
Abranda e canta
Abranda e anda.

Agora a sério:

Desliga não apagues
Desliga e acende depois
Desliga não estragues dois
Desliza e desliga
Desliga não pagues
Desliza e sintetiza
Desliga e não corras
Desliga e anda e canta e abranda.


sexta-feira, novembro 06, 2009

Borboletear

Fecha a porta, arruma a cadeira. Dá-me um beijo de boa noite, já é tarde não vês?
Desculpa, a camisola era nova e a culpa foi minha, é minha. Acho que tinta da china não sai, desculpa... Já sei. As coisas custam, e não são baratas, já o sei. Mas ele dá valor e esta parte não queres tu saber. E depois? É só mais uma camisola de uma cor horrível com uma marca carérrima estampada. Não tens de pensar, e se se sujou a mesa também, não faz mal eu limpo e sai. Cheira a plasticina não é? Mas é chá meu pirralho. Já viste para onde levas a conversa? Não percebo, berras com o raio da camisola e acabas nas tuas típicas 'orações'. É preciso ter uma força, digo-te já. A ti e a ela. Mas tenho-a, e é por vocês todos. Se soubesses o que me preocupas ó stressado da tanga, não fazias metade do que fazes. Até amanhã, dorme bem e..adoro-te. Da onde até a onde?? Isso é muito! Assim está bem! Vá,agora dorme. Se fosse por mim não te dizia, mas tenho de dizer por isso.. Pois eu não sei bem, estava numa pilha de nervos. Ok no exame vai ser pior, tens razão. Tenho de separar as coisas, distingui-las. Mas pronto foi isso, agora estou consciente e sei e vou conseguir! Tenho de conseguir!...Eu gostava, eu gosto. Dava-me gozo sabes? E quase sempre consegui. Mas estou a ir à luta, vou trabalhar. Anda, já venho. Olha e não te preocupes sim? Não vale a pena..ainda sou eu, ainda estou aqui. Olha! Ainda tenho os pés no chão! Engraçado. Logo hoje que eu estava disposta a começar! Isso é o começo?? Podia estar triste, aliás eu devia estar triste! Mas não estou, se calhar sim, mas estou aqui a sorrir e tagarela como eu sou! Não depende de mim, já sei. Nunca o tinha admitido? Bem mas agora está admitido. E as causas estão bem claras! Estou de parabéns, bravo. T.P.C.: falta-me reagir e levantar, apontado. Deve ser um trabalho demorado. Quinta? Ok e obrigada pelas teorias! Só te falta aí mais comprimento em baixo, de resto está bem. Tens de te soltar! Não parece a mesma não. E este é mais giro, vais fazer? É o melhor mesmo. Ah e põe a folha ao alto que isso é uma questão de espaço estás a ver? Mal virares a folha mudas logo de perspectiva e soltas o traço! Vais ver. Oh por amor de Deus, a sério? "Bem construído", quem diria. Sim está, sempre dominaste isso muito bem desde o ano passado portanto... Nem por isso, mas melhores dias virão certo? Têm que vir. Dá-me um abraço. Oh porque tem de ser dos dois lados, eu lembro-me sempre tu é que não te lembras desta parte. Espera. Achas que um dia vais parar de fugir virares costas aos que se preocupam contigo e dizeres o que sentes?? Tu não estás chateado comigo, estás chateado porque a vida não correu, não corre nem vai correr da maneira que te faz mais feliz, da maneira mais fácil! E eu continuo aqui, aqui! Não sei bem, talvez. E tu?? Mas estás a ir bem nas notas não é? Ah.. Eu também sabes, sinto isso. Achas que vá lá?? Fico preocupada..vais para baixo? Pois. Tens medo da reacção não é? Também eu, de vez em quando. Fico tão contente por teres aparecido, mesmo muito. Eu preciso, de ideais e objectivos. Preciso mais que palavras fortes que às vezes são tão feias naqueles contextos! Caramba, para quê abrir os livros, o que é isto de probabilidades e estrogénio?? Open mind? Nada disso, não.. já não falam, as pessoas fecham-se e pronto. As boas conversas lá ficam não é? Fotografia gosto mesmo é a preto e branco. Manias! Mas onde o curso?? Por mim bora! Já vi onde estamos. Boa vida era nas Caraíbas!! Há momentos em que me custa respirar, e esta semana foi cheia desses momentos. E quando lá paro no meio da rua penso "Quem sou eu no meio disto tudo?". E Lisboa!! Que saudade! Por mim ia agora. Dia oito é quando?? Pois não dá mesmo...mas exposições é o que não falta! Museu do Oriente é que era. Vem aí os feriados. Ai que energia! Vais ficar em casa é? Bah pra ti. Pára lá o tempo. Nem eu. Era largar tudo, sim! Mochilinha às costas. Dorme-se no comboio claro! Se for Itália vou. Tens sempre bolachas fantásticas, com sabor a pipocas, tão boas! Não quero. Beijinho beijinho! Vamos fazer um desenho. Pintura Barroca, um dia também vais ter de fazer não te preocupes. Eu não sei se elas já têm ideias, mas temos de começar a materializar! Sim viste não viste? Pronto é isso, pesquisa em casa para não ires de mãos a abanar na segunda. Eu sei que não parece mas sou boa aluna sabe? Sim foi isso. Apesar de não parecer sou. Bom fim-de-semana. É para ti, lê. É uma fase, estúpida sim, mas uma fase, não podes alterar nada, já disseste o que pensavas. O máximo que podes fazer é não agires assim. Estás triste não estás? Não fiques.. Sexta vamos passear sim? Lisboa quem sabe?? Fala, mas é cedo também. Sorri! Cheira a Natal, eu acho. O frio silencioso das ruas. E tu? Também te desviaste do rumo? Eu sim, é difícil e dói. A Amazónia ainda espera por nós (espero eu) portanto.. Luta porque a luta tem de ser nossa não é?
A vida é nossa.


...Saio para a noite sem saber pisar o chão...