segunda-feira, março 28, 2011

Sem chapéu.

Molhas de saudade, molhas de reticências, molhas de obrigações, molhas de "hoje não me apetece" e molhas de "mas hoje tem de ser", molhas de desilusões, molhas de desejos fechados, molhas de escárnio, de incogruência, de incoerência, molhas de gente chata e sítios chatos, molhas de frio, molhas de mudança de planos, molhas de imprevisíveis, molhas sem comunicação, molhas falhadas, molhas de preguiça, molhas sem destino, molhas de desespero, e raiva, e fúria, molhas de maldizer, molhas de injustiça, molhas com falta de humanismo e molhas com falta de cidadania, molhas de poluição, molhas de filas, molhas de horas, molhas de horários, e molhas de sítios a ir e a estar e a marcar presença, molhas de mentiras, molhas de significados, molhas de sinónimos, molhas de trânsito, molhas de corrupção, molhas de erros, molhas de esquecimentos, molhas de TUDO!... Que nos deixam assim; com molhas de vazio.
E nestes dias, meu bem, as molhas de chuva são as que menos incomodam.