domingo, junho 26, 2011

Asfalto - para me manter inteira

chegámos indiferentes na tarde em que o Sol ameaçou ser eterno sobre aquela orla pontiaguda a que chamam de olhar  

quarta-feira, junho 22, 2011

Almíscar

Tenho a débil ideia de que com o roçar do tempo, e a mestria apática que com ele vem, pelas tábuas do chão instalar-se nos meus ossos, adormecer no meu andar, não saber o que esperar. Com ele vem-me esta ideia de que é mais fácil guardar-me na pessoa. Ter o mim noutra alma. E não é disso que vivo? Da combustão de duas almas a encontrarem-se, do fogo-de-artifício que se lhe segue, resumindo, duas órbitas a olharem-se. Toma, guarda-me.


quarta-feira, junho 15, 2011

A entrar...


How come longer you stay in this world, the more you see in this world, the harder and harder gets to say what you mean?

Sally's gone, she left her name by Russell Davies

Panóplia





terça-feira, junho 14, 2011

As escadas não estão encostadas à parede (Sally)


Achas que não quero um meio-termo. Achas que sei ser assim? (Mãe, não é assim tão mau estar irrequieta.). Noto, quando a erva está alta (É bom.), e é bom porque quando passo as mãos faz-me cócegas. Quando a erva está baixa gosto (Quero mais.), posso correr e não tropeço. A erva a meio de altura não me costuma aquecer o sorriso. Não me faz cócegas nas mãos porque não está suficientemente alta. (Quero o que o avô tinha). Não posso correr sem tropeçar, porque a erva está demasiado baixa. Achas que sei ser assim.

As escadas não estão encostadas à parede (Eu não quero ser como nós.) e  lá de cima eu só conseguia ver as luzes. Achas que as luzes me viam a mim Sally? Não subas as escadas se não souberes as falas. Não sejas o oitenta do teu oito. Sê só o oito. Sê só o oitenta. Achas que não quero um meio-termo? (Mas sim naquele quadro.). As escadas encurvam-se e endireitam-se em medos e forrós de meia-noite. Assusta-me os nãos repentinos. O quiproquó que nos faz voltar. Melopeias indistintas de gestos encadeados, palavras que se seguem umas às outras, formando um rastilho, apagando um caminho que pensavamos ser nosso. Só nosso. 

O papel caiu-me para a direita, não sei as falas mas subo as escadas à mesma. Imagino o cenário, lembra-te das diagonais, de um lado a cadeira, do outro o quadro. Estás na tua sala. Na cadeira está a tua mãe. O quadro foi pintado pelo teu avô. Acho que não sei ser assim. (Como esta rapariga) Assim. (Como esta rapariga que o avô pintou.). Assusta-me, e se for preciso grita comigo. (Correr para cima e para baixo). Lembra-me da inconstância das coisas, chama-me leviana (O mar, as montanhas, as coisas), e quando te fores embora não feches a porta que eu vou estar a ensaiar as palavras no corredor, e vou ter as mãos nas paredes, nos reflexos,a tentar reconhecer-me. (E não perguntem por ela, ela deixou o nome.)

sábado, junho 04, 2011

Fermento


Rui.
Patrícia.
...
Na minha igreja ou na tua?