É uma outra, uma de papéis amachucados
Uma que não foi salva, por gestos falantes
Perdera o nome, pois a mudança era teimosa.
As cordas que me desenham o corpo
Desafinadas, quebraram-se de vez
Na linha do meu olhar, que já só viu
Umas costas ao longe, mas que
Jurou ver música nesses traços.
A mão que ainda ali se mantinha
Sob as minhas palavras (não ditas)
Permanecia autêntica,
No modo como absorvia cada letra
Como se fosse sede, sede por saber saborear
O que era difícil de matar.
O timbre que me canta não foi,
Não esteve, não soube estar.
Mas sempre cantou, acreditou
Noutros traços que não souberam sonhar.
E aí tens, inacabados traços
De uns lábios mudos pela noite
De um corpo mal desenhado
De uns braços, teus.
O absorver das notas intocáveis...
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