domingo, dezembro 13, 2009

Sei lá, dança-me.


Sou o que resta da mutidão quando o dia esmorece. Gostava de poder gritar, olha gostava de saber ser livro!
E escrever novos modos de me conjugar a mim mesma.
A miúda do chão, a que mora na calçada contadora de histórias, rainha de luzes e caminhares perdidos, vontade sôfrega de remediar. Chamam-lhe a salvação do próprio entardecer entristecido. Na chama do sopro da noite, é aí que ela reside, aninhada a um peito forte apenas por ela conhecido. Oh miúda do chão quem te manda ser pintora da multidão? Não vês que não te pertencem esses corpos que mal dançam, que tocam pautas falsas? Miúda do chão és tão teimosa. Não sabes das horas, mas sabes do futuro, perguntas pelo passado, queres um pouco de tudo.
Miúda livre, miúda do chão, o que te desenha?

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