quarta-feira, junho 17, 2009

Gostamos do desconhecido

Sinto que já não sei...
As palavras fogem...
Na minha mente só um vazio
No turbilhão de sensações!
Parece que perdi o impulso que quebrava o frio
Agora só recordações,
A cor do meu pulso
Foge, como o falcão que desaparece...
A magia voa no ar...
Uma raposa corre imparavelmente
Contra o que se desvanece...
Alguma vez soubemos?
Mergulhámos no desconhecido colorido
E ganhámos asas a partir desse instante
E libertámos palavras,aprendemos que só assim têm sentido,
Gostam de voar como nós,
Nunca soubemos mas nunca duvidámos,
A incerteza em cada traço marca o carrossel,
Não é seguro,nem certinho,nem perfeito...
Mas sentes.Sentimos.
É o desconhecido que o faz colorir
Entre rios babados em passos
Que surgem livremente
Num rumo incerto a surgir,
Entre casas e árvores dos traços
Que marcamos em cadernos
E em almas a fugir
Dos seus próprios invernos,que são o medo de voar...
Assim desconhecidos a fluír
Guiados pelas voltas
Que nos fazem sorrir
Ás lagrimas que surgem
E partem nas revoltas
Que nos teimam em unir,
No desconhcido que sentimos...
No desconhecido que nos faz conhecer,
No desconhecido que nos completa.
Alguma vez precisámos de o saber?
De o materializar de o enjaular?
Apenas sentimos e isso só,revoluciona por si mesmo o "apenas".
Revoluciona cada significado,cada voo rasteiro e alto,
Sim por vezes tenho medo das alturas!
Do desafio que nós próprias traçámos,
Arquitecturas impulsivas,por vezes frágeis...
E caminhar pelo nosso sonho sozinha custa.
Mas depois vejo-te,branca e leve no meu olhar,
Sinto-nos em livros de capa verde,
E desenhos numa parede,
Abro o caderninho e liberto-me,
Voo ao vosso encontro,
Para por fim te abraçar,e nunca mais ter de regressar.
Tudo corre,demasiado rápido...
Nós inevitavelmente somos levados,
Num contraste de céus e mares
Azuis e verdes,laranjas pingados
Por todos os lugares
Voamos...
Em todos eles pintamos...
E sentimos o sabor do carrossel...
O nosso carro branco é futuro.
Sinto a distância de carros paralelos,
Sentidos opostos de um muro
Mas olho pela janela,
E vejo uma águia
Tento guardar a beleza, a segurança
Do voo que se revela,
Tento enjaular numa fotografia
A certeza que se alcança
De uma união que se eleva
De tudo que nos guia
Pelo nada sem rumo que é...
Falta-nos a viagem,
Sem direcção,
Falta-nos saltar em andamento da carruagem
E fugir do tempo sem paragem...
Ir com as cores do vento,as que nos guiam em sonhos,
Apertar o mar contra o nosso peito,
Renascer o fogo de olhares apagados,
Não ter certeza de nada,
Saber simplesmente que ao acordar,
Vou-vos ter ao meu lado,
Numa outra volta,
Numa outra casa sem farsa,
E saboreio,eu saboreio...
Nada falta...
Tudo isso é o que faço,todos os dias...
Voar,respirando todos os sinais que surgem,
Na rua as palavras que brincam connosco
Em todos os sorrisos que me invadias,
Saltávamos em andamento
Éramos levadas no espelho fosco
De reflexões difusas
Que nos enchiam a alma
De voos e cores claras
E nos libertavam, de todas as águas escuras
Que nunca nos pertenceram....
E até hoje, levados em estradas opostas
Estamos no mesmo sentido
Debaixo da nossa tenda
Azul e verde,num mar de árvores
Uma casa laranja e uma azul,uma falsa fenda,
as casass que bailam nos cinco,nos seis
Em todos os rios sem sul,
Apenas o sentido do carrossel,do voo...
Sem Vieira ou Reis,
Que também definem o sonho,
Apenas em Sereia e Borboleta...
Descobrem estes passos incertos
Levadas na direcçao das cores
descobrem falcões, panteras
E muitos mais voadores...
Num mar e num céu
Azuis e verdes, naturalmente sorrindo...
E nem me aptece terminar,
Quero esgotar as palavras até mais não,até me cansar!
Quero ser sereia no teu céu,quero que voes no meu mar!
Contemplar contigo cada nota musical,e respirar a natureza nunca banal.
E saber que a cada segundo estás em mim!
Hoje estive na Madragoa,cheia de ruinhas e ruelas,
Uma moça cheia de vida,cores,cheiros e sabores,
Vais amar estar naquele lugar,
Um dia levo-te lá,e desenhamos aquilo tudo...
Passar por onde já estiveste,e estás,
Passar a mão pelo tronco da árvore,
Onde está gravada a tua silhueta sem limites.
Quero descobrir o mundo contigo,
Aventuras e peripécias,
No oceano de árvores,tribos e mistérios,onde tudo começou...
Todos os lugares que hoje pisamos,
Todo o vento onde isto nos levou
Se completa, estas ruas opostas pertencem-se e unem-se na nossa dança,
Faz como o falcão diz:
Risca na pista...
Na nossa pista de voo...
Que presenciou todas as danças geométricas
Irregularmente surgindo,risca!
Tudo o que vês,tudo o que sentes...
Tudo o que te dei, arrisca!
Porque o carrossel é o risco...
É nele que sonhas...
É nele que viajas e que vives esta magia,
esta loucura, de poder dizer;
Eu voo...
Com o falcão...
Com a sereia...
Com a pantera...
Com novos membros sorrindo...
Anunciando,que nunca páram
As voltas de nos desnorteiam e nos guiam na voz surgindo,
Nestas mentes desassossegadas pelo mar sereno
Que as leva fora das encruzilhadas.
E acordo,e viajo de novo
No meu constante sorriso,
Porque sei que acordo acompanhada
Pelos peixes de um carrossel que voam no impreciso,
Da sua alma de pássaro azul,
Do verde pincel que nos une....
E tudo ganhou de novo sentido,porque é bom sentir o incerto...

1 comentário:

  1. findingnevaland21 junho, 2009

    oh minha mana... sempre com o sentimento e as palavras na veia. adoro!

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