domingo, junho 28, 2009

Até já

Agora poderiam pensar que tudo o que resta é um caderninho rabiscado,sozinho.
Que tudo o que restaria no final seria o insuportável "Até sempre!".
Que tu e eu,acrescentássemos a palavrinha despedida ao nosso dicionário. Poderiam imaginar os abraços chorosos e ranhosos,as dedicatórias plagiadas,as promessas vindas do inferno,os famosos "Gostei muito de te conhecer!" e "Nunca te vou esquecer!",erros ortográficos mascarados por mais umas lágrimas finais...
Poderiam mesmo calcular que seria agora,neste tal último momento,que eu e tu iríamos aproveitar cada segundo ao máximo.
O que eu aprendi contigo foi,que é preciso viver cada segundo como se fosse o grande e derradeiro final.
Porque é sempre no final,no extremo dos sentimentos,que tudo importa,e é sempre no final,que se diz alto e bom som "Sempre!".
Para nós cada segundo era e é o início.
Sabem melhor estas palavras;início,momento,horários banidos...
Eu e tu somos assim,não procuramos o sempre,muito menos o fim.
Somos contradição da própria razão,do próprio ser.É o agora pintado.
O "agarrar o tempo" como só tu o fazes.
E esquecer as horas,esquecemo-nos constantemente das horas...
Poderiam pensar neste caderninho como refúgio de tudo o que vivemos.Mas não.
De cada vez que o abro,liberto notas do que somos para o que me rodeia.
O que vivemos,vive na nossa árvore,nos nossos lugares preferidos,viciantes.
Talvez,de cada vez que abra este caderninho queira que todas essas nossas vivências,libertas,se reúnam aqui.
Páginas à espera de todas elas,ansiosas por senti-las de novo e poder matar a saudade com montes de tinta,com montes de arte.
Depois as vivências partem,espalham-se por todo o nosso espaço ilimitado não planeado.
Nós estamos por aí,com o vento e com as ruas solitárias...
Até já e nunca cresças
!

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