Lê-se
(...)é moreno e tem olhos de mel, sinceros (...)
(...)é moreno e tem olhos de mel, sinceros (...)
A montra a enquadrar-te os ombros. Carregam melodias suspeitas, os teus ombros. Fazes construções falsas em papel quando estás nervosa. Este, particularmente, com aviões franceses azuis e vermelhos estampados nas bordas da composição amarela de sinopses a que chamavas de papel. As unhas, mão de oleiro e o cabelo, triste.
Tornou-se um hábito; verificar e reverificar cada palavra escrita para tomar o sentido à questão. Arrumá-la. Procurá-la e encontrá-la. Sei que à noite ficas a ver os aviões ao longe, a ver se não caiem na tua direcção. Porque se caíssem, tu estarias atenta e haveria possibilidades, havia a fuga.
(...) a olhar para o céu tão azul.
Lembro-me que assenti com o nariz quando falaste de paz aqui, e pareceu-me que ignorei outros refúgios. Na tua nuca há paz, não é só em mim.